quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

33% das instituições de ensino superior ficam abaixo da média

Elas tiveram nota 1 e 2 no Índice Geral de Cursos do MEC.
Instituição com maior número de pontos é privada e fica no RJ.

De 2.137 instituições de ensino superior que obtiveram nota em avaliação do Ministério da Educação, 32,7% ficaram abaixo da média no Índice Geral de Cursos (IGC), divulgado nesta quinta-feira (13). Esse índice monitora a qualidade dos cursos de graduação e divide as instituições por totais contínuos que vão de 0 a 500 pontos e em faixas que vão de 1 a 5. Avaliações abaixo de três são consideradas insatisfatórias pelo MEC. Do total, 12 instituições, 0,56%, tiveram nota 1 e 687, 32,15%, ficaram com nota 2.
O ministro da Educação, Fernando Haddad, afirmou que as 12 piores serão inspecionadas de forma emergencial no início das aulas e poderão ser descredenciadas. Para Haddad, os sistemas de avaliação do ensino superior do MEC é uma ferramenta que permitirá corrigir distorções de mercado e evitar que a concorrência entre as instituições seja pautada principalmente pelo preço da mensalidade.
“É uma forma de corrigir a prática de instituições que tentam captar alunos apenas pelo preço. Se não tem ameaça de descredenciamento, ela compete em função do preço de oferta e não queremos isso. Corrige uma concorrência predatória que poderia conduzir o sistema a uma condição oposta da desejável”, afirmou o ministro.
A última colocada foi a Faculdade de Odontologia do Planalto Central (Foplac), que teve índice 45 e ficou na faixa 1. Segundo Fátima Medeiros, secretária geral das Faculdades Integradas do Planalto Central (Faciplac), que integrou o curso de odontologia, a faculdade tomou medidas para conscientizar os estudantes sobre a importância do Enade. "Eles fizeram o Enade 2007 e o enade 2010. Nessa nova avaliação a realidade será diferenciada", afirmou Fátima.
A instituição com maior índice contínuo (487) é privada – é a Escola Brasileira de Economia e Finanças (Ebef), que fica no estado do Rio de Janeiro e é vinculada à Fundação Getúlio Vargas (FGV). A Faculdade de Administração de Empresas (Facamp) foi a segunda colocada, com 474 pontos. Ambas são particulares. A Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) manteve a liderança no ranking entre as universidades e instituições públicas neste ano, com 440 pontos.
Confira as instituições de ensino tiveram nota máxima
Instituição de ensino Dependência administrativa Estado Classificação por pontos
Escola Brasileira de Economia e Finanças (Ebef) Privada Rio de Janeiro 487
Faculdade de Administração de empresas (Facamp) Privada São Paulo 474
Escola de Economia de São Paulo (Eesp) Privada São Paulo 469
Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) Pública São Paulo 468
Instituto de Pesquisa (Insper) Privada São Paulo 444
Escola de Governo Prof. Paulo Neves de Carvalho (EG) Pública Minas Gerais 440
Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) Pública São Paulo 440
Escola de Administração de Empresas de São Paulo (FGV-Eaesp) Privada São Paulo 439
Faculdade de Odontologia São Leopoldo Mandic Privada São Paulo 433
Faculdade Fucape Privada Espírito Santo 431
Instituto Militar de Engenharia (IME) Pública Rio de Janeiro 430
Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto (Famerp) Pública São Paulo 424
Faculdade de Economia e Finanças (IBMEC) Privada Rio de Janeiro 423
Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia (Faje) Privada Minas Gerais 423
Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) Pública Rio Grande do Sul 422
Universidade Federal de Lavras (UFLA) Pública Minas Gerais 420
Escola Brasileira de Administração Pública e de Empresas (Ebape) Privada Rio de Janeiro 420
Universidade Federal de Ninas Gerais (UFMG) Pública Minas Gerais 417
Universidade Federal de Visçosa (UFV) Pública Minas Gerais 410
Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) Pública São Paulo 406
Centro Universitário Municipal de São José (USJ) Pública Santa Catarina 406
Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA) Pública Rio Grande do Sul 405
Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM) Pública Minas Gerais 404
Escola de Direito de São Paulo (Direito GV) Privada São Paulo 402
Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Pública Rio de Janeiro 395
No total, apenas 25 instituições tiveram nota cinco – delas, 14 são públicas. As outras 11 são privadas. Todas elas estão concentradas em seis estados (ES, MG, RJ, RS, SC e SP). Das 2.137, 124 receberam conceito quatro, considerado bom pelo MEC.
“Há um mudança de cultura importante na nossa graduação, nossas instituições estão melhorando, se qualificando, em busca de resultados e as exceções tem de ser trabalhadas com as penalidades previstas em lei. Sempre na perspectiva de que a instituição se recupere”, afirmou o Haddad.
O ministro elogiou as federais. "A qualidade está nas federais. As melhores instituições de ensino superior do país são federais. Todas as instituições de Minas Gerais, por exemplo, ficaram com notas 4 e 5. Isso quer dizer que disputam em condições de igualdade com qualquer boa universidade estrangeira”, disse.
Confira as instituições com as piores notas
Instituição de ensino Dependência administrativa Estado Classificação por pontos
Faculdade de Odontologia do Planalto Central (Foplac) Distrito Federal Privada 45
Escola de Música e Belas Artes do Paraná (Embap) Paraná Pública 57
Faculdade de Comunicação Pitágoras - unidade Guarapari Espírito Santo Privada 75
Instituto Superior de Educação Programus (Isepro) Piauí Privada 82
Faculdade Pan Americana (FPA) Pará Privada 83
Faculdade de Odontologia de Manaus (FOM) Amapá Privada 84
Faculdade de Formação de Professores de Serra Talhada (FAFOPST) Pernambuco Pública 85
Faculdade de Piracanjuba (FAP) Goiás Privada 89
Faculdade de Reabilitação da Asce (Frasce) Rio de Janeiro Privada 93
Faculdade Nacional (Finac) Espírito Santo Privada 93
Faculdade de Tecnologia Albert Einstein (Faesp) São Paulo Privada 94
Faculdade de Tecnologia do Amapá (Meta) Amapá Privada 94
O IGC de cada instituição resume a qualidade de cursos de graduação, mestrado e doutorado, distribuídos pelos vários campi da instituição. São utilizados no cálculo do indicador a média dos Conceitos Preliminares de Curso (CPCs) da instituição – componente relativo à graduação – e o conceito fixado pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) para a pós-graduação. A média dos conceitos dos cursos é ponderada pela distribuição dos alunos entre os diferentes níveis de ensino (graduação, mestrado e doutorado).
A Universidade de São Paulo (USP) e a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) não têm IGC pois não participavam do Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade), que é usado no cálculo da nota. A Unicamp começou a participar do exame em 2010.
Universo
Foram avaliadas 2.137 universidades, centros universitários e outras faculdades. Dessas, 344 (16,1%) delas não tiveram nenhum conceito. Segundo o MEC, elas não tiveram a participação mínima de dois alunos ingressantes e dois alunos concluintes nos cursos avaliados pelo Enade. Assim, não puderam receber o conceito Enade e, por consequência, o CPC. A maioria das instituições (945, 44,22% do total) recebeu nota três.



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